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Viver ou sobreviver

Atualizado: 18 de jan. de 2022


Pensem no seu coração! Ele está vivo, pulsando no seu peito e você não precisa estar consciente disso para ele fluir, ser o que ele é. Sempre me pergunto porque precisamos de tantas defesas. Assim que começamos a estudar psicologia percebemos que nossos maiores problemas surgem, muitas vezes, dos nossos mecanismos de defesa. Eles são engenhosos, fortes - são nossos salva vidas. Fazem parte do instinto de sobrevivência. Estamos falando de forças relacionadas a existência na matéria, porque para o espirito não existe a morte, o fim ou algo parecido, portanto não tem do que se defender. Pensem no seu coração! Ele está vivo, pulsando no seu peito e você não precisa estar consciente disso para ele fluir, ser o que ele é. Nosso coração pulsa em um ritmo único, livre e constante - graças a Deus. Portanto sem esse aspecto da existência não poderíamos sobreviver. A importância de saber se defender é inquestionável, já que estamos vivendo em um ambiente muitas vezes hostil - física e emocionalmente. O problema não está aí. Ele nasce quando a necessidade de defesa se torna inconsciente e mecanicamente ativo. Mas não podemos esquecer do outro lado, os movimentos conscientes e criativos. A consciência é viva, livre, criativa o que me faz lembrar de uma fogueira e suas chamas que mais parecem seres vivos, dançando e subindo ao Céu. Essa força que está à nossa disposição se manifesta para que sejamos únicos, para que possamos realizar nossa essência e mostrar ao mundo algo nunca foi visto antes, nem em nosso sonhos. Olhando tudo isso faço uma analogia: os movimentos inconscientes e repetitivos regem a sobrevivência e a consciência está a serviço da Vida e do Viver. Os mecanismos de defesa sejam eles precoces (primeira infância) ou tardios nos tiram a espontaneidade e liberdade a fluidez. Sempre que você se sentir tenso, duro, constrangido, envergonhado saiba que um mecanismo de defesa está ativo e você não está consciente disso e muito menos no comando do seus pensamentos e ações. A perda de autonomia é impressionante e junto com ela vem a queda de produtividade e principalmente da criatividade. Juntamente com a tensão nasce a dor, portanto paramos, estagnamos. Quando nossas defesas estão ativas nós passamos para

o domínio do trauma, do predador imaginário ou não. Observem como repetimos inúmeras vezes a frase “eu não queria dizer isso, ou eu não percebi”. Percebem que isso está sinalizando perda de autonomia e afastamento da consciência? Lapsos de memória, atitudes impulsivas, tensões dolorosas, medos inexplicáveis entre outras coisas funcionam como uma sirene. São um alerta - a luz vermelha piscando para que possamos enxergar que algo que está aprisionado no nosso mundo interior. Existem muitos prisioneiros e quanto maior for o número deles mais alto será o som da sirene. Esses prisioneiros podem se chamar: espontaneidade, alegria, amor, raiva, medo. São muitos os nomes, mas nasceram de uma única fonte - a Vida! Os mecanismo de defesa, em algum momento nos salvaram da morte - real ou psíquica, que se manifesta como loucura. Eles entram em cena sempre que ameaças surgem e aqui começam grande parte de nossos problemas. Esse mecanismos não são flexíveis, não mudam e estão a serviço da sobrevivência. Deixamos de viver e passamos a sobreviver quando estamos sob seu domínio, por isso tudo se torna tão rígido, desconjuntado, tenso e dolorido.

Para viver precisamos de espaço de encontros, trocas e muito afeto. Não adianta alimentar a vida com artificialidades secas, trincadas de tanta crítica e desamor.

Precisamos estar mais atentos a nossa falta de espontaneidade e fluidez. A atenção é a ferramenta da consciência. O que eu queria dizer com tudo isso é que, sim somos seres cheios de traumas, dores e desamores, mas não precisamos mais ficar presos no estilo - sobreviventes e cheio de orgulho disso. Os mecanismos de defesa são necessários mas não podemos ser reféns deles. Precisamos estar conscientes de nossas travas, buracos, celas e correntes. Atentos ao seus sinais, sons e alertas podemos conquistar mais autonomia, fluidez. Sair da sombra, habitar cada canto de nosso ser e Viver!



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